A questão do aborto
É poder fazê-lo no hospital com todas as condições de segurança e higiene e não numa qualquer casa particular, com música aos altos berros, para disfarçar os gritos de dor, numa marquesa atamancada com procedimentos bem duvidosos, com o risco de ter alguma perfuração seguida de uma hemorragia brutal e acabar ali. No final se correu mais ou menos bem, dão-lhe um café forte e metem-na na rua não vá o diabo tecê-las.
Quando aparecem uns senhores a “botar faladura” sobre o assunto, nem sei dizer o que me apetece, pois nenhum deles sabe sequer o que é ter um filho dentro da barriga durante 9 meses (quando não se pode), nem sequer imagina, por mais fértil que possa ser a sua imaginação. Eu também nem sequer imagino o que é levar um pontapé em determinado sítio, nem consigo imaginar qual será esse tipo de dor.