Os espiritos lá de casa - Capítulo 2

Continuando sobre o assunto das presenças que de alguma forma se manifestam lá em casa, hoje vou contar-vos outra situação.

Num fim de tarde estava sentada na minha sala vendo televisão, com a minha antiga gata Inês, ao colo, meia a dormitar quando ela de repente põe os pêlos todos em pé, levanta a cabeça, como se alguém estivesse atrás de mim. Tento rodar a cabeça e vejo um vulto, com uma saia até aí uns 10 cm do chão que passa deslizando. Era como se fosse uma sombra com volume, não sei se me faço entender. A gata salta do meu colo e refugia-se debaixo de um móvel, onde fica imenso tempo. Não era costume ela fazer isso, a não ser quando iam pessoas lá a casa. Só estava eu e ela.

Essa presença passou a ser quase que digamos assídua. Aparecia de dia, de tarde de noite. Por vezes deixava um certo cheiro a flores, outras vezes não. Nunca tive coragem de olhar para cima (bolas também tenho medo, não é!), mas vi sempre a saia longa, sem pés deslizando. Uma sombra volumosa, passava sempre na mesma zona.
Um dia a S. estava lá em casa a estudar com umas amigas e uma dela viu a velha (era como eu a chamava). O mais curioso é que ela descreveu-a de forma igual, sem a S alguma vez lhe ter falado sobre o assunto.

A velha ainda aparece mas já raramente, não amiúde como o fazia há uns anos. A minha gata actual, a Carlota tem a mesma reacção que a outra tinha, pêlos em pé e esconder-se.
Felizmente posso dizer que a velha já não aparece para aí há um ano…

Após o caso do quadro, da velha e de outros que contarei, pedi a uns indivíduos que fossem lá a casa ver o que achavam, para ver se sentiam alguma coisa. Bom só posso dizer, que depois de terem estado no meu quarto, no tal onde caiu o quadro, ficaram arrepiados, saíram a 7 pés e disseram que não voltavam lá. Aconselharam-me a mudar de casa… e que entretanto quando as presenças se manifestassem que acendesse grupos de 3 velas, e queimasse incensos, sempre do fundo da casa para a porta da rua. É o que tenho feito, não mudei de casa, tenho sempre “companhia” ao longo destes 13 anos e alguma coisa acesa. O mais curioso é que não sinto medo como podem imaginar, senão já tinha ido embora há muito. Consigo ter uma sensação de serenidade apesar de não achar muita graça à situação