quinta-feira, março 26, 2009

A pilita alentejana!

Rija, enquanto durou.
Agora q'amolengou e antes q'a morda a cobra,
Vou atá-la c'uma corda Pra ela nã me fugiri.
Preciso da sacudiri,

Leva tempo pá'cordari Já nem se sabe esticari.

Más lenta q'um caracoli,

Enrola-se-me no lençoli.
Ninguém a tira dali,

Já só dá em preguiçari.
Nada a faz alevantari
E já nã dá com o monti,
Nem água bebe na fonti.
Que bich'é que lhe mordeu?
Parece defunta, morreu.

Deu-lhe p'ra enjoari,
Nem lh'apetece cheirari.
Jovem, metia inveja.
Com más gás q'uma cerveja,
Sempre pronta p'ra brincari.
Cu diga a minha Maria,

Era de nôte e de dia.

Até as mulheres da vila,

Marcavam lugar na fila,
P'ra eu lha poder mostrari !
Uma moura a trabalhari,
Motivo do mê orgulho.
Fazia cá um barulho !

Entrava pelos quintais,
Inté espantava os animais.
Eram duas, três e quatro,
Da cozinha até ao quarto

E até debaixo da cama.
Esta bicha tinha fama.
Punha tudo em alvoroço,

Desde o mê tempo de moço.
A idade nã perdoa,
Acabô-se a vida boa !
Depois de tanto caçari,

Já merece descansari.
Contava já mê avô:

"Niuma rata lhe escapou !"
É o sangui das gerações.
Mas nada de confusões,
Pois esta estória aqui escrita,

É da minha gata, a Pilita !

O que é que pensavam? hem? seus depravados! só pensam nisso!

3 Comments:

Blogger Diabólica said...

Logicamente, que nada mais, nada menos, que aquilo que disses-te!

O que mais poderia ser???!!!:)))

Beijinhos.

2:38 da tarde  
Blogger Rafeiro Perfumado said...

Por acaso estava a pensar mais numa leoa, mas pronto, gata é da mesma raça...

3:12 da tarde  
Blogger Nanny said...

LOL

Estavam à espera de quê...?

3:32 da tarde  

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